O intenso amor a Cristo-Homem, qual o
praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de
atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São
Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de
Deus. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima
Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando
considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e
Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina
misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança.
Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua
honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à
festa da Assunção”.
São Francisco não é apenas um
santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos
em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem
contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja.
A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais
suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a
cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam
paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.