segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Encontrado manuscrito inédito sobre vida de São Francisco de Assis

Manuscrito 263, um dos manuscritos 13 medievais do Sagrado Convento de São Francisco em Assis, na Itália, que foram restaurados para uma exposição em Nova York em novembro de 2014. Agora, o pesquisador francês Jacques Dalarun, especialista em estudos franciscanos, descobriu uma biografia inédita de São Francisco de Assis que apresenta novos dados sobre a vida do santo pobre

O francês Jacques Dalarun, especialista em estudos franciscanos, descobriu uma biografia inédita de São Francisco de Assis que apresenta novos dados sobre a vida do santo pobre.
O jornal da Santa Sé, "L'Osservatore Romano", informou nesta segunda-feira (26) sobre esta descoberta em biblioteca particular daquilo que parecia ser "um manuscrito insignificante" e publicou uma entrevista com o historiador, que sustenta que esta nova biografia apresenta detalhes interessantes, como a passagem que narra uma viagem de Francisco, filho de um rico mercador, a Roma.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Santa Rosa de Viterbo | Virgem da Terceira Ordem de São Francisco de Assis



Rosa viveu numa época de grandes confrontos, entre os poderes do pontificado e do imperador, somados aos conflitos civis provocados por duas famílias que disputavam o governo da cidade de Viterbo. Ela nasceu nesta cidade num dia incerto do ano de 1234. Os pais, João e Catarina, eram cristãos fervorosos. A família possuía uma boa propriedade na vizinha Santa Maria de Poggio, vivendo com conforto da agricultura.
Envolta por antigas tradições e sem dados oficiais que comprovem os fatos narrados, a vida de Rosa foi breve e incomum. Como sua mãe, Catarina, trabalhava com as Irmãs Clarissas do mosteiro da cidade, Rosa recebeu a influência da espiritualidade franciscana, ainda muito pequena. Ela era uma criança carismática, possuía dons especiais e um amor incondicional ao Senhor e a Virgem Maria. Dizem que com apenas três anos de idade transformava pães em rosas e aos sete, pregava nas praças, convertendo multidões. Aos doze anos ingressou na Ordem Terceira de São Francisco, por causa de uma visão em que Nossa Senhora assim lhe determinava.

domingo, 21 de julho de 2013

São Lourenço de Bríndisi



Júlio César Russo (Lourenço) nasceu em Bríndisi a 22 de julho de 1559, de Guilherme Russo e Elizabete nasceu Lourenço de Bríndisi. Conhecemos muito pouco da sua infância vivida na sua cidade natal, onde recebeu a primeira formação. Órfão de pai, foi acolhido pelos frades conventuais de Brindisi, com os quais frequentou com proveito a escola. Morrendo também a mãe transferiu-se, ainda adolescente, para Veneza, para a casa de um tio sacerdote, com o qual aprofundou a sua formação cultural e espiritual.
Em Veneza foi possível conhecer e frequentar os capuchinhos que moravam num convento humilde junto à igrejinha de Santa Maria dos Anjos na ilha de Giudecca. Atraído pela vida pobre e austera, pediu e obteve permissão de entrar na Ordem. Tendo vestido o hábito capuchinho em Verona a 19 de fevereiro de 1575, Frei Lourenço cumpriu com fervor o ano de noviciado, verdadeira escola de ascese e santidade, e emitiu a profissão religiosa aos 24 de março de 1576. Em seguida, primeiro em Pádua depois em Veneza, iniciou o estudo de Filosofia e Teologia, mostrando rapidamente uma excepcional agudeza intelectual e uma insaciável sede de saber; deu importância particular à Sagrada Escritura, que aprendeu toda de memória, aperfeiçoando-se também nas línguas bíblicas. Antes de tudo  aplicou-se à busca da perfeição religiosa seguindo a escola de São Boaventura, que privilegiava o fervor da vontade e a ascensão do espírito.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

São Boaventura, o grande doutor franciscano



João de Fidanza, filho de João de Fidanza e Maria Ristelli, nasceu em Bagnoregio, do distrito de Viterbo, dos Estados Pontifícios, em 1221. Curou-se na infância de grave doença, depois de uma invocação a São Francisco de Assis feita por sua mãe, a que faz referência o próprio São Boaventura (Sermo de B. Francisco, serm.3).

Pelo ano 1234 seguiu para a Faculdade das Artes, de Paris, onde se graduava pelo ano 1240. Ingressou aos 17 anos na Ordem dos Franciscanos, onde assumiu o nome de Boaventura. Talvez estivesse motivado pela devoção a São Francisco que lhe vinha da infância, e ainda pela admiração a Alexandre de Hales, por quem se deixara orientar doutrinariamente, enfim pelo apreço em que levava o espírito da Ordem, como se infere de suas mesmas palavras.

A teologia a estudou provavelmente sob Alexandre de Hales (+ 1245), porque o chama de pai e mestre. Boaventura principia o magistério em 1248 como bacharel bíblico, com o Comentário ao Evangelho de S. Lucas; conforme os estatutos da Universidade, dois anos depois, como bacharel sentenciário, explicaria a Sentenças, o que teria feito, então, em 1250 e 1251; na mesma sequência deveria chegar ao doutorado em teologia em 1253. Frente às dificuldades criadas então aos religiosos, parece que Boaventura só conseguiu o reconhecimento do título em 1257.

Mas, abandonou exatamente, então, o magistério, passando então ao posto de Geral da Ordem franciscana; tinha 36 anos. Dedicou-se à causa da Ordem, à sua espiritualidade e à pregação em geral. Em 1273 foi feito cardeal e bispo de Albano.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Santa Verônica Giuliani "verdadeira imagem de Cristo crucificado".

Santa Verônica Giuliani,  monja clarissa capuchinha, é uma mística que não é da época medieval. Verônica nasce, pois, em 27 de dezembro de 1660, em Mercatello, no vale de Metauro, filha de Francisco Giuliani e Benedita Mancini; é a última de sete irmãs, das quais outras três abraçaram a vida monástica; deram-na o nome de Úrsula. Aos sete anos de idade, perde a sua mãe, e o pai muda-se para Piacenza como superintendente da alfândega do Ducado de Parma.
 Nesta cidade, Úrsula sente crescer em si o desejo de dedicar a vida a Cristo. O chamado se faz sempre mais presente, tanto que, aos 17 anos, entra na restrita clausura do mosteiro das Clarissas Capuchinhas da cidade de Castello, onde permanecerá por toda a sua vida. Lá recebe o nome de Verônica, que significa “verdadeira imagem”, e, de fato, ela se torna uma verdadeira imagem de Cristo Crucificado.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Maria Santíssima na piedade de São Francisco de Assis

O intenso amor a Cristo-Homem, qual o praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de Deus. “Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança. Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à festa da Assunção”.

São Francisco não é apenas um santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.

O “lugar do coração”


Francisco de Zurbaran
Francisco em meditação, de Zurbaran

O silêncio como opção de vida alternativa


1. A Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores, em 2003, publicou um pequeníssimo fascículo intitulado: O caminho que leva ao “lugar do coração”.  Achegas para descobrir interioridade e silêncio na vida franciscana. Trata-se de uma joia encerrada num caderno de 16 pequenas páginas. “O caminho para a interioridade, hoje, dá-se num tempo de mudanças, tempo rico de muitos sinais de redescoberta da interioridade e do silêncio.  A sociedade secularizada vem focada sobre o indivíduo, com uma identidade fluída. Temos diante de nós uma mudança radical da visão do homem, determinada sobretudo pela  tecnologia. São imensos os recursos da inteligência humana, descobertos hoje, que podem ajudar os homens a criar um mundo melhor. É importante, no entanto, que o homem permaneça sujeito desse desenvolvimento, sobretudo a partir da verdade profunda de si mesmo” (p.4-5).  Num mundo de superficialidade, de pressa, de técnica fria, de comunicação on line, de áudio-fones, de corrida,  a viagem ao fundo do coração torna-se delicada. Sem ela, o ser humano se torna joguete de forças cegas e, se religioso, pessoa de superficialidade. “Tornamo-nos estranhos a nós mesmos. O percurso para dentro de nossa interioridade não é só terapêutico para a nossa cultura do barulho, mas também vem a ser um caminho voltado para o acolhimento, para uma nova civilização do amor. O caminho para dentro de nossa interioridade e para o silêncio torna-se, então, o testemunho de uma opção  de vida alternativa”  (p. 5).  Muito bem dito: não podemos seguir a onda. O caminho do coração é uma alternativa em nossos tempos. Precisamos tomá-lo.