O jubileu de Clara de Assis, no ano de 2010, trouxe o tema da
contemplação. Não é fácil para nós, pessoas de intensa vida de
atividades, falarmos da experiência contemplativa. A contemplação passa
longe de nosso jeito; e por isso também não é fácil falarmos da
contemplação em Clara de Assis. Quando vamos ao conceito de contemplação
não é difícil, basta olharmos a experiência monástica. Mas Clara escapa
da prisão dos conceitos; em Clara de Assis há algo sutil e especial;
ela cria condições internas e externas para a intimidade com o Esposo.
Na interioridade está o silêncio e a natureza própria do lugar, o
mosteiro e a natureza que a envolve (ser Esposa). Na exterioridade ela
cria as melhores condições de vida fraterna ( ser Mãe e Irmã). É algo
forte de amor esponsal, fraternal, filial, intensamente espiritual e
afetivo. A contemplação em Clara é um estado de vida. Viver com os olhos
da alma, viver com os olhos da prece, viver com olhar amoroso. A
contemplação de Clara é uma presença agradecida, reconhecida, reverente,
eucarística, olhos e ouvidos na Palavra, é uma pura restituição: dar
ao Senhor o que lhe pertence.
terça-feira, 12 de junho de 2012
A contemplação
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domingo, 10 de junho de 2012
São Francisco, ícone vivo de Jesus
Queridos irmãos e irmãs,
Em uma catequese recente, ilustrei o papel providencial que a Ordem
dos Frades Menores e a Ordem dos Pregadores, fundados respectivamente
por São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão, tiveram na
renovação da Igreja da sua época. Hoje, eu gostaria de apresentar-vos a
figura de Francisco, um autêntico “gigante” da santidade, que continua
fascinando muitíssimas pessoas de todas as idades e religiões.
“Nasceu para o mundo um sol”: com estas palavras, na “Divina Comédia” (Paraíso,
Canto XI), o máximo poeta italiano Dante Alighieri alude ao nascimento
de Francisco, no final de 1181 ou início de 1182, em Assis. Pertencente a
uma família rica – seu pai era comerciante de tecidos –, Francisco
transcorreu uma adolescência e uma juventude despreocupadas, cultivando
os ideais de cavalaria da época. Aos 20 anos, fez parte de uma campanha
militar e foi preso. Ficou doente e foi libertado. Após sua volta a
Assis, começou nele um lento processo de conversão espiritual, que o
levou a abandonar gradualmente o estilo de vida mundano que havia levado
até então. A este período correspondem os célebres episódios do
encontro com o leproso, a quem Francisco, descendo do cavalo, deu o
beijo da paz, e da mensagem do Crucificado na pequena igreja de São
Damião. Em três ocasiões, o Cristo na
cruz adquiriu vida e lhe disse: “Vai, Francisco, e repara minha Igreja, que está em ruínas”.
cruz adquiriu vida e lhe disse: “Vai, Francisco, e repara minha Igreja, que está em ruínas”.
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sábado, 9 de junho de 2012
Inspiração originária da forma de vida de Santa Clara
Na presente reflexão tem-se por objetivo fazer algumas considerações
acerca do primeiro capítulo da Forma de Vida de Santa Clara, aprovada
oficialmente pelo Papa Inocêncio IV, aos 09 de agosto de 1253, dois dias
antes de sua morte. A leitura do primeiro capítulo nos sugere destacar três aspectos
fundamentais da Forma de Vida clariana: a origem, o conteúdo central e a
obediência e reverência ao senhor Papa (Igreja romana) e ao
bem-aventurado pai Francisco (Ordem).
O título do primeiro capítulo da Forma de Vida indica que o processo
de conversão de Clara ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo tem
início em Deus mesmo: “Em nome do Senhor começa a forma de vida das
Irmãs Pobres”. Isto quer dizer que o Senhor fixou terna e afetuosamente
sobre ela o Seu olhar e suscitou nela uma resposta, consciente e livre,
de amor total a Ele (cf. 2In 19-20). Jesus Cristo acendeu nela o
ardentíssimo desejo de deixar todas as vaidades desta terra e unir-se ao
Cordeiro imaculado como sua digníssima esposa. Clara reconhece que a sua vocação é, antes de tudo, uma especial
graça de Deus, pois “quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida”
(TestC 2s).
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quarta-feira, 6 de junho de 2012
São Francisco, modelo de amor eucarístico para os sacerdotes e os fiéis
São Francisco de Assis, «ardia com o fervor do mais profundo de todo o
seu ser para com o sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava
absolutamente estupefato diante de tão amável condescendência e de tão
digna caridade. Achava que era um desprezo muito grande não assistir
pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse. Comungava com freqüência e
com tamanha devoção que tornava devotos também os outros. (...)
Certa ocasião quis mandar os frades pelo mundo com preciosas âmbulas para guardarem o preço de nossa redenção no melhor lugar, onde quer que o encontrassem guardado de maneira menos digna.
Queria que se tivesse a maior reverência para com as mãos sacerdotais, pelo poder divino que lhes foi conferido para a confecção do santo sacramento. Dizia freqüentemente: “Se e acontecesse de encontrar ao mesmo tempo um santo descido do céu e um sacerdote pobrezinho, saudaria primeiro o presbítero, e me apressaria a beijar as suas mãos. Até diria: ‘Espera, São Lourenço, porque as mãos deste homem tocam a Palavra da vida e têm algo de sobre-humano’”» [1].
Certa ocasião quis mandar os frades pelo mundo com preciosas âmbulas para guardarem o preço de nossa redenção no melhor lugar, onde quer que o encontrassem guardado de maneira menos digna.
Queria que se tivesse a maior reverência para com as mãos sacerdotais, pelo poder divino que lhes foi conferido para a confecção do santo sacramento. Dizia freqüentemente: “Se e acontecesse de encontrar ao mesmo tempo um santo descido do céu e um sacerdote pobrezinho, saudaria primeiro o presbítero, e me apressaria a beijar as suas mãos. Até diria: ‘Espera, São Lourenço, porque as mãos deste homem tocam a Palavra da vida e têm algo de sobre-humano’”» [1].
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terça-feira, 5 de junho de 2012
A Centralidade de Cristo na Vida de São Francisco de Assis
Da vida e do modo de
ser de São Francisco nasceu uma inspiração de vida, um caminho. A
espiritualidade franciscana é fundamentalmente seguimento de Cristo, pobre,
humilde e crucificado. E o seguimento torna-se um encantamento, que por sua vez
leva à configuração com o Cristo. A experiência do
seguimento que São Francisco faz não segue uma ordem cronológica da vida de
Cristo (nascimento, vida adulta, paixão e morte), mas é uma descoberta
gradativa do único e mesmo mistério de Cristo, revelação do amor e da
misericórdia de Deus para com a humanidade.
Assim, ao longo
de sua vida, Francisco descobre e experimenta a pessoa e o mistério de Cristo
nas suas três dimensões, inspirando nele três atitudes:
a pobreza da
encarnação: o seguimento;
a humildade da
eucaristia: o encantamento;
e a doação total da
paixão e cruz: a configuração.
De outro modo,
poderíamos dizer que a experiência cristológica de Francisco tem um começo (a
encarnação), um meio (a eucaristia) e um fim (a cruz), não porém, numa ordem
cronológica mas numa ordem espiritual. Na experiência
pessoal de Francisco, a cruz está no início (São Damião e o leproso) e no fim
(as chagas e o Monte Alverne); no 'meio' está a encarnação (Greccio) e a
eucaristia.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Homem do Evangelho e da Solidariedade
Fernando nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1191. Seus
pais eram de nobre linhagem: Fernando Martins Afonso de Bulhões e Maria
Taveira. Moravam bem de frente à catedral. Nessa escola episcopal,
Fernando recebeu a instrução cristã e elementar. Adolescente ainda
entrou para o seminário dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, de
onde ele mesmo pediu transferência para Coimbra (a quase 200 quilômetros
de distância) a fim de continuar seus estudos. com mais sossego, sem a
atrapalhação das contínuas visitas de parentes e amigos que queriam
persuadi-lo a desistir da “sua” vocação. Fernando era um jovem que sabia
o que queria: dedicar-se de corpo e alma a Deus e aos estudos da Bíblia
Sagrada. Na cidade universitária – Coimbra porém, ele encontrou uma
outra dificuldade no seu desejo de seguir em radicalidade a Palavra de
Deus. Na época, o mosteiro de Santa Cruz, onde morava e estudava, era
palco de intrigas, fuxicos e brigas por bens materiais entre prelados e
reis, monges e leigos. Fernando se empenhou fortemente por estar alheio a
toda essa dura, mas triste realidade. Mais do que nunca, dedicouse a
seus estudos escriturísticos e ao seu crescimento espiritual. Um dia
encontrou-se com 5 frades franciscanos. Amor à primeira vista: viu neles
todo o Evangelho vivido na simplicidade, na alegria, na humildade e na
generosidade.
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