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Em Veneza foi
possível conhecer e frequentar os capuchinhos que moravam num convento humilde
junto à igrejinha de Santa Maria dos Anjos na ilha de Giudecca. Atraído pela
vida pobre e austera, pediu e obteve permissão de entrar na Ordem. Tendo
vestido o hábito capuchinho em Verona a 19 de fevereiro de 1575, Frei Lourenço
cumpriu com fervor o ano de noviciado, verdadeira escola de ascese e santidade,
e emitiu a profissão religiosa aos 24 de março de 1576. Em seguida, primeiro em
Pádua depois em Veneza, iniciou o estudo de Filosofia e Teologia, mostrando
rapidamente uma excepcional agudeza intelectual e uma insaciável sede de saber;
deu importância particular à Sagrada Escritura, que aprendeu toda de memória,
aperfeiçoando-se também nas línguas bíblicas. Antes de tudo aplicou-se à
busca da perfeição religiosa seguindo a escola de São Boaventura, que
privilegiava o fervor da vontade e a ascensão do espírito.
Depois da
ordenação sacerdotal, recebida das mãos do patriarca de Veneza João Trevisan a
18 de dezembro de 1582, a principal atividade de Lourenço foi o
ministério da pregação. Percorreu toda a Itália anunciando a Palavra de
Deus.
De 1583 a
1586 desenvolveu o ofício de leitor, e no triênio seguinte, de 1586 a 1589, foi
guardião e mestre de noviços. Em 1590 foi eleito provincial da Toscana. De 1594
a 1597 foi provincial de Veneza e para o mesmo cargo foi chamado para a Suíça
em 1598. Dois anos antes, em 1596, foi eleito definidor geral.
Fundamental foi a
ação de Lourenço na difusão da Ordem Capuchinha na Europa. Fundou conventos em
Insbruck (1593), Salzburg, três anos depois. Em 1597 fundou o convento de
Trento, e em seguida, 1599, em Boêmia. Em Praga, em 1599, com população na
maioria com tendências reformistas e anticatólicas, conseguiu, com intensa atividade
apostólica, centrada no ministério da pregação e no diálogo aberto e familiar,
fundar um convento e o retorno à fé católica de muita gente. Em 1600 fundou
mais dois conventos em Viena e em Graz. Um fato importante foi sua participação
na cruzada antiturca: em 1601, por influência de Frei Lourenço, foi alcançada a
vitória de Albareal.
No Capítulo Geral
de 24 de maio de 1602 frei Lourenço foi eleito Geral dos Capuchinhos e,
em primeiro lugar, fez a visita a todos os frades. A Ordem estava com 30
províncias e cerca de 9000 religiosos, distribuídos em toda Europa.
Depois do
triênio foi enviado por Paulo V na Baviera e Boemia, em missão
diplomática entre o Duque Maximiliano de Wittelsbach e as autoridades imperiais
para a constituição de uma liga católica contra a união evangélica
luteranos e calvinistas que desejava dividir os estados católicos para ter
vantagens territoriais.
Em 1610 a 1613,
residiu em Mônaco como representante da Santa Sé. No Capítulo Geral de 1613,
eleito pela terceira vez Definidor Geral, foi enviado como visitador à
Província de Gênova, onde foi aclamado como Provincial e, por isso, só em 1616
pode retornar à sua Província de Veneza e dedicar-se a um período mais intenso
de retiro e oração. Características particulares da sua espiritualidade,
tipicamente franciscana e cristocêntrica, foram o culto a Eucaristia e a
devoção a Maria. A santa missa, por ele celebrada com muito fervor, se
prolongava normalmente por uma, duas ou três horas e depois, por um indulto de
Paulo V, oito, dez ou doze horas. À Virgem Maria ele atribuía cada dom e cada
graça, e nada poupava para difundir a sua devoção.
Mesmo aspirando à
vida retirada teve, a pedido do Papa, de interrompê-la em missões diplomáticas
até ao ponto de adoecer gravemente. Morreu a 22 de julho de 1619, com 60 anos.
O seu corpo foi levado para Vilafranca de Bierzo (Galizia), onde foi sepultado
na igreja do mosteiro das franciscanas descalças.
Apesar dos muitos
trabalhos Lourenço escreveu diversas obras editadas em 1928 a 1956 na
Edição da “Opera Omnia”.
Só quatro anos
depois da morte de Lourenço de Brindisi foi introduzido, pelo Geral da Ordem
Clemente de Noto, o processo de canonização. A beatificação foi em 23 de maio
de 1783 por Pio VI e, 100 anos depois, a santificação pelo Papa Leão XIII em
oito de dezembro de 1881. Após o exame das suas obras, definidas como
“verdadeiros tesouros de sabedoria”, João XXIII, em 17 de março de 1959,
declarou São Lourenço de Bríndisi doutor Apostólico da Igreja.
Fonte: Franciscanos
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